sábado, 25 de abril de 2009

Obrigada 25 de Abril de 1974!Sem esta data, nao teriamos este Blog!

AS PORTAS, QUE ABRIL ABRIU

Era uma vez um país onde entre o mar e a guerra vivia o mais infeliz dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras um povo se debruçava como um vime de tristeza sobre um rio onde mirava a sua própria pobreza.
Era uma vez um país onde o pão era contado onde quem tinha a raiz tinha o fruto arrecadado onde quem tinha o dinheiro tinha o operário algemado onde suava o ceifeiro que dormia com o gado onde tossia o mineiro em Aljustrel ajustado onde morria primeiro quem nascia desgraçado.
Era uma vez um país de tal maneira explorado pelos consórcios fabris pelo mando acumulado pelas ideias nazis pelo dinheiro estragado pelo dobrar da cerviz pelo trabalho amarrado que até hoje já se diz que nos tempos do passado se chamava esse país Portugal suicidado.
Um povo que era levado para Angola nos porões um povo que era tratado como a arma dos patrões um povo que era obrigado a matar por suas mãos sem saber que um bom soldado nunca fere os seus irmãos.
Ora passou-se porém que dentro de um povo escravo alguém que lhe queria bem um dia plantou um cravo.
Era já uma promessa era a força da razão do coração à cabeça da cabeça ao coração. Quem o fez era soldado homem novo capitão mas também tinha a seu lado muitos homens na prisão.
Quem o fez era soldado homem novo capitão mas também tinha a seu lado muitos homens na prisão.
Posta a semente do cravo começou a floração do capitão ao soldado do soldado ao capitão.
Foi então que Abril abriuas portas da claridadee a nossa gente invadiua sua própria cidade.
Disse a primeira palavra na madrugada serena um poeta que cantava o povo é quem mais ordena.


José Carlos Ary dos Santos
Lua de Abril

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