terça-feira, 25 de maio de 2010

Mãe! Gostas de mim?

Humm ... deixa-me pensar!
Deixa-me comer um bocadinho do teu braço!
Deixa-me cheirar o teu pescoço!
Dar um beijinho de passarinho na tua barriga!
Deixa-me apertar-te num abraço, para ver o que sinto, meu amor!
Mãe, o que é o amor?
O amor ... o amor é tão simples e tão complicado de explicar!
Explica-me o ... o simples!
O amor faz-te sorrir ... faz-te chorar, faz-te respirar ... e tira-te o ar!
Sem chocolates comer a barriga faz doer e, por amar, consegues sentir dentro do corpo borboletas a voar!
Ó Mãe! Estás a complicar ...
Se não for assim não to sei explicar!
Então encosta o teu calor no meu calor, para eu sentir o que é amor!

Luisa Azevedo, "numa bela explicação de ternura"

CCC (via alguém muito especial)

"E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é AMOR
e a outra metade também."


Oswaldo Montenegro

With love

sábado, 15 de maio de 2010

Deus está nos detalhes...

… lá dizia o venerável Mies.
E como é precioso o detalhe:
Sair aos tropeções da cama para descobrir já na rua que tens meias de cada nação, perder uma tarde a perseguir a gataria no Castelo para te insinuares pela noite à Gata da rua, apanhar o barco para o lado de lá apenas para dar meia volta para voltar para o lado de cá, mexer o café com afinco pela manhã para o ir beber sem açúcar, pedir um croissant para levar para o abrir ainda no bar, tirar monos do nariz distraidamente no meio do trânsito e dar conta que meia cidade reparou em ti, fazer fila só porque sim para perceber que a fila nem sequer existia só porque não, fingir que falas inglês e ir pedindo orientações a toda a gente da rua até te surgir alguém que o fale melhor que tu, ir ao supermercado e ter uma branca total do que querias no meio do corredor dos enchidos e bries e pegar qualquer coisa ao calhés e esquecer o aniversário de toda a gente e até mesmo o teu, nem que o marques no tele e no frigo.
....ama os distraídos e adora os teus pequenos detalhes

in LeCool Magazine
CCC

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades

"Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabarolice. Inquieto-me com invejosos que tentam destruir quem eles admiram, cobiçando os seus lugares, talento e sorte.

Já não tenho tempo para administrar pessoas melindrosas que apesar da idade cronológica são imaturas. As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos. O meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos. Quero essência, a minha alma tem pressa!

Quero viver ao lado de gente humana, que se ri dos seus tropeções, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge da sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados e deseja tão somente andar ao lado do bem.

Quero caminhar perto de coisas e pessoas verdadeiras, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será uma perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena”

Ruben Alves


da vossa Moon

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ainda há príncipes encantados


Se está à espera do Dia dos Namorados para arranjar um, não fique sentada. Faça como uma amiga minha que cada vez que sai do carro, vira o retrovisor para o lado do condutor, retoca o batom e diz com uma convicção demolidora o Príncipe pode estar em qualquer lado. E pode mesmo. É uma questão de fé, totalmente arbitrária e alietória, mas pode acontecer. Até porque nós, os extraordinários, somos poucos, mas andamos por aí. Isto é o que diz outro amigo meu que por acaso é mesmo extraordinário e já encontrou a pessoa certa, pelo menos por enquanto. Foi ele que um dia me explicou o que era esse maravilhoso conceito da pessoa certa.
A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem.
Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que no futuro nos vão levar à Tour d’Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução para terem a certeza que não se vão enganar.
O Príncipe Encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos ou se levanta às três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções de amor no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz Amo-te, mas o que sente que talvez nos possa amar para sempre. Não é o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos; é que passa de vez em quando férias com os amigos. O Príncipe que sabe o que quer, não é o melhor namorado do mundo; é o marido mais porreiro do mundo, porque não é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha por nós todos os dias. Que tem paciência para os meus, os teus, os nossos filhos e que ainda arranja um lugar na mesa para os filhos dos outros. Que partilha a vida e vê em cada dia uma forma de se dar aos que lhe são próximos. Que ajuda os mais velhos a fazer os trabalhos de casa e põe os mais novos a dormir com uma história de encantar. Que quando está cansado fica em silêncio, mas nunca deixa de nos envolver com um sorriso. Não precisa de um carro bestial, basta-lhe uma música bestial para ouvir no carro. Pode ou não ter moto, mas tem quase sempre um cão. Gosta de ler e sai pouco à noite porque prefere ficar em casa a namorar e a ver o Zapping. Cozinha o básico, mas faz os melhores ovos mexidos do mundo e vai à padaria num feriado. O Príncipe é um Príncipe porque governa um reino, porque sabe dar e partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes.
Claro que com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos? É fácil. Primeiro, é preciso aceitar que às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que um dia podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixa-lo ficar um dia atrás do outro... e se for mesmo ele, fica.

MRP

da vossa Moon